Práticas Formativas da Juventude Trabalhadora no Ensino Médio Integrado

A presente proposta dá continuidade ao Laboratório em Rede de Políticas e Práticas de Formação do Trabalhador – Laborar, financiado com recursos do PROCAD-CAPES, com finalização em dezembro do corrente ano, que tinha as práticas pedagógicas contahegemônicas como foco. Consideramos que a elevação da qualidade da educação básica em geral e do ensino médio em particular é um desafio de toda a sociedade. Várias foram as estratégias oficiais implementadas na última década com este fim, entre elas destacamos a criação do IDEB – Indice de Desenvolvimento da Educação Básica e o Programa Ensino médio Inovador. O Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) foi criado em 2007 para medir a qualidade de cada escola e de cada rede de ensino. O Programa Ensino Médio Inovador- ProEMI, instituído em 2009, integra as ações do Plano de Desenvolvimento da Educação – PDE, como estratégia do Governo Federal para induzir a reestruturação dos currículos do Ensino Médio (MEC, 2012).

Por meio da presente proposta buscamos aprofundar os estudos em torno de práticas pedagógicas de formação dos jovens/trabalhadores, ampliando o reconhecimento de ações formativas que se constroem como projetos alternativos, buscando identificar os elementos que a potencializam como projeto pedagogicamente eficientes e politicamente engajados. Focaremos, em particular, nas escolas vinculadas ao ProEMI e naquelas que assumiram o desafio de construção do ensino médio integrado e teremos como referência os indicadores do IDEB e as indicações teóricas articuladas à Pedagogia Histórico-Crítica. Neste sentido este projeto objetiva identificar e analisar práticas pedagógicas inovadoras e alternativas de formação dos trabalhadores. Articulando-se diretamente a este objetivo, pretende-se também analisar as concepções que os jovens matriculados no ensino médio têm sobre a escola em relação ao seu presente e seu futuro, enquanto trabalhadores. Espera-se também, ao longo da investigação usar o banco de dados do INEP.

A pesquisa visa aprofundar os estudos em torno de práticas pedagógicas de formação de trabalhadores, ampliando o reconhecimento de ações formativas que se constroem como projetos inovadores, buscando identificar os elementos que a potencializam como projeto pedagogicamente eficientes e politicamente engajados. Os jovens de 15 a 24 anos representam no Brasil um contingente populacional de mais de 33 milhões de pessoas. Deste grupo, cerca de 23 milhões (69%) fazem parte da população economicamente ativa (DIEESE, 2011). Ou seja, estão trabalhando ou estão em situação de desemprego. Pensar que a categoria trabalho é o elemento estruturante da escola desde o ensino fundamental (SAVIANI, 1987),não significa de forma alguma dever a mesma ser considerada apenas na perspectiva de formação de sujeitos para o mercado de trabalho. Embora as condições econômicas e uma certa cultura determine a entrada dos jovens no mercado de trabalho, entendemos que essa aproximação ocorre de forma precoce e em condições precárias. Na prática, a própria possibilidade de muitos jovens viverem a condição juvenil é determinada pela entrada precoce no mercado de trabalho (DAYRELL, 2007). Mesmo reconhecendo a importância da formação profissional para aqueles que necessitam de uma formação profissional precoce, não podemos esquecer que Arroyo (2002) destaca o quanto dois projetos vêm disputando a formação desses sujeitos. Um, fundado na perspectiva da classe detentora dos meios e instrumentos produção e outro, atento aos interesses da classe detentora da força de trabalho. Nessa perspectiva, o interesse em estudar as práticas formativas atenta aos interesses dos jovens trabalhadores por uma educação de qualidade, bem como ao potencial inovador das práticas pedagógicas implementadas nas escolas vinculadas ao ProEMI.

Financiador: CAPES (bolsas e auxílio financeiro).

Equipe envolvida: